Chevrolet Spark

Clique aqui para ver em alta resoluçãoDepois de um longo processo de reestruturação pós-crise, a GM finalmente retomou a estabilidade. Salvo exceções bem raras, seus resultados vêm sendo muito bons em várias partes do mundo, e entre as variadas marcas desse grupo se revela uma ampla linha de modelos cuja modernidade ajudou muito na recuperação do conglomerado. Com isso, a marca vem aproveitando a volta dos bons tempos para otimizar sua linha. É a razão das mudanças que estamos vendo no Brasil, e da chegada do Spark aos Estados Unidos.

Esse carro representa todo um marco para a Chevrolet norteamericana por ser um forte símbolo da quebra de padrões que os últimos tempos pedem. Afinal, estamos falando de um mercado consolidado pelo gosto por modelos como Cadillac Eldorado, Dodge Charger e Ford Galaxie. Enormes, luxuosos e pesados, eles simbolizam uma época de gasolina muito barata, em que motor V6 era considerado pequeno e básico. Mais tarde, as crises do petróleo tiveram um impacto bem grande nessa sociedade, que agora começava a aceitar melhor os modelos orientais que tentavam se estabilizar ali há pouco tempo. A questão, porém, é que por mais que a conscientização ambiental tenha surgido com força, é sempre difícil mudar os hábitos de uma população. Então o que se viu foi o mercado dali tentar continuar com os carros grandes, mas tentando compensar fazendo melhorias em nome da eficiência – é o que explica, por exemplo, a versão híbrida de um SUV do tamanho da Tahoe. Continuava necessária uma solução mais efetiva, mas o que se viu é que ela precisava vir de fora.

Chevrolet SparkO Spark vem da GM/Daewoo da Coreia do Sul, um dos melhores mercados em aplicar luxo e tecnologia a tamanhos reduzidos. Sua primeira geração foi a que derivou do coreano Daewoo Matiz e depois passou pelos problemas com o chinês QQ, uma cópia feita pela Chery. Mas o Spark de agora mudou tanto que nem deveria ter conservado o nome. Seu design é um dos expoentes da linguagem visual da nova Chevrolet, que vem emplacando vários sucessos pelo mundo ao mesmo tempo que adquiriu identidade própria. Quem mais chama atenção é a dianteira, cuja grade típica levita sobre a tomada de ar inferior e é ladeada pelo que deve ser o maior par de farois de carro que você já viu. Mas esse exagero compensa ao lembrar do objetivo dele: agradar à população mais jovem, que agora pode levar um primeiro carro mais barato que o irmão Sonic. Entretanto, é agradável ver que o aclamado estilo daquele inspirou o caçula: estão lá as portas de linha de cintura alta, as maçanetas traseiras ocultas atrás da janela e a traseira de corte bem reto, com vidro pequeno e lanternas grandes e redondas. O aspecto jovial se completa com as várias opções de cor, em maioria chamativas.

A cabine coleciona elogios. O duplo cockpit ganha um toque especial com o uso de detalhes na cor externa para combinar com o preto e o prata dos outros revestimentos e o azul-claro das luzes. O quadro de instrumentos a la motocicletas é uma versão compacta do usado no Sonic (e no nosso Cobalt) e o espaço dos bancos é satisfatório para quatro pessoas, mas o monumento à tecnologia é a tela de toque do console, que regula as várias funções da central de entretenimento. Um enorme mérito desse carro é a lista de itens: a versão LS parte de US$ 12.245 e traz de série ar-condicionado, sistema de som multimídia, trio elétrico e rodas de liga leve aro 15”, mas o pacote de segurança é de assustar: controles de estabilidade e tração, sistema de rastreamento OnStar e nada menos que dez airbags (!!!). Já a 1LT começa em US$ 13.745 e adiciona a central MyLink, seis alto-falantes, conexão Bluetooth e a tal touchscreen de 7”, entre outros. Por último, a 2LT justifica os US$ 15.045 em melhores revestimentos da cabine, farois de neblina, rack de teto, rodas de alumínio usinadas e spoilers laterais. Todo Spark usa um 1.2 Ecotec quatro-cilindros de 85 cv e vem com câmbio manual de cinco marchas e opção de automático.