Quem diria que o nosso mercado veria uma marca como a Audi trazendo uma novidade a cada duas semanas? A bola da vez é o menor do modelo da linha, que agora inicia o processo de expansão de sua linha no país. Se até então ele só aparecia aqui nas versões genéricas, a Sport chega para realçar um lado do A1 que o brasileiro até então não conhecia: é impressionante como essa generosa evolução de desempenho combina muito bem com a esportividade exalada de nascença pelo desenho desse compacto alemão.
A questão está em que o A1 é um compacto de imagem, mas não segue a variante tradicional de visual retrô como os pioneiros Fiat 500 e Mini Cooper. Ele se entende melhor com a variante mais recente, que começou com o Citroën DS3 e há poucas semanas ganhou força com o Opel Adam. O A1 tem nível de sofisticação digno de disputar clientes com eles, mas obtém sua imagem sedutora olhando o futuro, e não o passado. Seu desenho segue as tendências mais recentes da linha Audi, mas ele ganha charme a mais por alguns detalhes exclusivos. É o caso dos arcos laterais, que ladeiam parabrisa, teto e vidro traseiro e no duas-portas podem vir em cor prata. Já o quatro-portas tem toda a seção acima da linha de cintura em preto, sem depender da cor externa escolhida. Mas tudo isso lhe traz um status apenas urbano, de carro bonito e simpático para transitar com requinte pela cidade. Como esses modelos em momento algum preveem incursões no fora-de-estrada, o toque extra à imagem vem se fazendo com as versões esportivas. É o caso da versão Abarth para o Cinquecento, John Cooper Works para o Cooper, e Sport para o A1.
Assim como a BMW com o equivalente M1, a Audi também preferiu guardar o nome que as regras da marca dariam a este modelo. Este daqui deveria se chamar S1, mas a nomenclatura não refreou seu desempenho. Se o visual ganhou apenas as rodas maiores e os parachoques mais agressivos, o moderno motor 1.4 da versão comum recebeu turbo e passa a se chamar TFSI. Esta sigla já é objeto de culto entre os carros do Grupo VW pelo alto desempenho, que aqui se manifesta na potência de 185 cv, um salto de 63 cv sobre o 1.4 comum. Aliar isso ao mesmo câmbio S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem que se usa até no superesportivo R8 significa um desempenho de foguete a um carro um tanto mais leve. Esta versão baixou dois segundos na aceleração de 0 a 100 km/h, chegando à marca de 6s9. Já a velocidade cresceu o suficiente para merecer o limite eletrônico de 250 km/h. Isso sempre frustra os amantes da velocidade, mas no caso do A1 Sport se torna um bem-humorado argumento de venda a mais: carros como A4, A6 e A8 custam muito mais, mas os R$ 109.900 parecem bem baratos ao lembrar que o A1 Sport termina alcançando mesma velocidade máxima que eles.