Los Angeles foi a cidade que presenciou o primeiro anúncio oficial da chegada do mais novo produto da Ford ao mercado brasileiro. A primeira apresentação oficial desse modelo se fez há vários meses e na versão americana, mas algumas semanas atrás se revelou a variação europeia, que ganhou versões exclusivas para ser vendida como a nova linha Mondeo. E agora chega a nossa vez de receber um dos expoentes da One Ford, estratégia de unificar os produtos mundo afora para trazer as vantagens que você lerá aqui.
Muito já se falou sobre o estilo arrebatador deste carro, incluindo a importância que ele tem para a implementação da atual tendência de estilo da Ford, uma fase mais evoluída da Kinetic Design. Tudo isso se pode ler com mais detalhes no artigo do blog referente ao lançamento mundial de Fusion e Mondeo, que você pode acessar clicando aqui. Porém, essa ideia de produzir um mesmo modelo para mercados tão distintos nos traz outro benefício de importância também enorme: acabamos de receber um carro feito para agradar a Estados Unidos e Europa ao mesmo tempo. Ainda que o nosso portfólio automotivo infelizmente insista em preservar exemplares de defasagem inaceitável, não se pode negar que a tendência é de melhorias. Se os carros de preço menor precisam apelar a soluções nacionais como motor flex e compartilhamento de partes (os Citroën C3 e C3 Picasso, por exemplo, só têm o mesmo painel aqui), os segmentos de maior poder aquisitivo há tempos investem em trazer o mesmo nível visto no exterior. Os altos números de vendas em nosso mercado representam uma clientela que finalmente começou a exigir mais e já o recebe, ainda que infelizmente a preços muito altos. Essa aura de evolução é o que motivou uma muito valorável iniciativa da Ford com o Fusion.
Cabine farta em espaço e requinte sempre foi uma regra básica para se vender carros mais caros. Já o desenho teve que enfrentar uma época de contenção. Até meados da década de 90, sedãs e peruas de luxo eram muito associados ao conservadorismo, porque a maior parte do seu público são pessoas a partir da meia-idade. Isso explica por que boa parte dos carros daquela época recorriam às linhas retas e vincos comportados por fora e detalhes em madeira para revestir a cabine, por exemplo. Já hoje em dia um carro como o Fusion continua com público parecido, mas vale notar que a meia-idade de hoje não é a de antes. As pessoas estão cada vez mais familiarizadas com as novas tecnologias, e com isso dando muito mais atenção e valor ao que é novo. No aspecto dos carros isso começou a se traduzir com a excelente aceitação de carros como o atual Hyundai Sonata, que começou a compensar a falta de prestígio da marca com um desenho ousado que viria a revolucionar sua categoria e a gama de sua marca. Mas o próximo problema a se combater era o tabu dos motores. Num primeiro momento, nem a moda de consumir produtos ecológicos convencia a clientela de maior nível a levar seus carros com motores menores, mesmo que os mais modernos tragam tecnologias que extraem desempenho muito melhor que o das unidades de dez anos atrás.
Por mais infundada que seja, essa predileção por deslocamento do motor proporcional ao tamanho do carro teve força em todo o mundo, incluindo o Brasil – você conhece, por exemplo, algum sedã médio com motor 1.6 que teve vendas boas? Entretanto, o suspiro de alívio vem da combinação do público mais aberto a novas ideias com uma evolução das novas tecnologias cada vez mais surpreendente. A Ford passa a aproveitar este momento ao trazer o primeiro lote de Fusion na versão Titanium, de topo e com o mesmíssimo nível oferecido nos EUA. Ou seja, estão lá pacote de itens completo, tração integral e especialmente o motor 2.0 EcoBoost. Isso mesmo, este sedã faz a estreia no Brasil dessa tecnologia que já coleciona excelentes críticas quanto à eficiência, e que lá fora já equipa desde o Fiesta até a série F de picapes. Tecnologias como turbo e injeção direta fazem esse motor render potência e torque de impressionantes 240 cv e 34,7 kgfm, força que lhe deixa mais do que digno de suceder o trem-de-força do Fusion anterior, um 3.0 V6 de 243 cv e 30,8 kgfm. A estreia oficial do novo Fusion se fará no Salão do Automóvel por R$ 112.900, mas a versão Titanium estará sozinha apenas nesta primeira etapa: no primeiro semestre de 2013 vêm a opção de tração dianteira e a 2.0 Hybrid, esta sem turbo. Fora dessa versão teremos a SEL, com o 2.5 Duratec flex estreado na Ranger.