Chevrolet Celta 2014

Clique para ver em alta resoluçãoMudanças de legislação costumam provocar verdadeiros rebuliços na indústria automotiva. As montadoras precisam tomar decisões sobre como adaptar suas linhas às novas regras, mas o que traz tantas diferenças para o trabalho que têm em regime normal é a corrida contra o tempo. Obrigar a presença de airbag duplo e freios ABS em toda a oferta nacional já conseguiu derrubar até a “imortal” Kombi, mas o Celta é uma prova de que outros veteranos ainda têm potencial a explorar. Pelo menos na visão de suas marcas.

Recorrer o passado do Celta vai desenterrar em muitas memórias a expressão Arara-azul. Este era o nome do projeto do compacto fabricado em Gravataí (SP), que foi lançado no ano 2000 com todo o mérito de ser o primeiro Chevrolet totalmente concebido no Brasil. Aquela época viu a linha Corsa chegar à segunda geração, que ganhou tanto em porte, requinte e qualidade de construção que passou a ter preço digno de clientes mais exigentes. Abriu-se, portanto, espaço perfeito para um compacto que priorizasse o baixo custo de nascença. O Celta tomou a plataforma do Corsa anterior e apareceu com desenho cativante, completando sua diferenciação com a simplicidade extrema que se justificava pela intenção de ser o carro mais barato do país. Esse foco lhe garantiu o benefício de uma linha de construção muito mais moderna que a dos outros Chevrolet da época, para reduzir os custos de produção e manutenção, além de se restringir às duas portas (cujo desenho foi inspirado no Tigra da época). O problema, no entanto, foi que ele nunca conseguiu derrotar os preços do Fiat Mille na versão básica, e menos ainda com o fato de o público ter preferido equipá-lo mais, em especial com a linha de acessórios de estilo oferecidos pela marca. Esse gosto inesperado motivou uma mudança de foco da Chevrolet, que decidiu então começar a investir no carrinho.

Chevrolet Celta 2014Sua linha de acessórios aumentou, a opção das quatro portas chegou e depois veio uma solução muito similar à usada no Corsa antigo: a nova proposta do Celta se formalizou com a vinda do motor 1.4 em versões mais equipadas, incluindo uma incursão entre os pseudo-aventureiros com o kit Off-Road. A reputação que ele começou a construir só melhorou em 2006, quando o bom gosto de seu primeiro facelift foi acompanhado do sedã Prisma. A ideia era completar a troca de modelos de entrada, mas os anos mostraram que a novidade não conseguiria fazer frente ao Corsa Sedan em suas versões mais caras e nem ao Classic nas mais baratas. O resultado é que o hatchback chega sozinho ao que deve ser sua última mudança, pelo menos nesta geração. Adotada em 2011, a grade dianteira agora traz bordas cromadas e as colunas B dos quatro-portas ganharam revestimento preto, além da chegada da cor cinza Sand das fotos. No interior, a lista de novidades também inclui um novo porta-objetos dianteiro, mas sua maior novidade é mesmo a vinda de airbag duplo (que motiva a troca do volante pelo novo que estreou nos Classic que trazem o mesmo item) e freios ABS, como partes de um kit opcional que inclui o ar-condicionado por R$ 2.300 para a versão LT, que com isso chega a R$ 31.490.