Pode-se dizer que estas novidades são a comemoração do crossover no Brasil. Além de receber o título de SUV mais vendido do mundo, o CR-V está completando o primeiro ano de vendas da geração atual em nosso mercado. A nova linha conta com um passo que não teve dificuldades enormes para ser realizado, mas tem tudo para tornar seu apelo de vendas ainda maior no país. Contar com motor bicombustível representa um avanço muito grande na boa imagem do veículo, que sempre foi das melhores não só no Brasil.
Sua produção mexicana infelizmente impõe que suas vendas brasileiras não se possam realizar nos últimos meses do ano, a partir do momento em que se esgotam as cotas de importação para o Brasil. A atitude da Honda ganha mérito ainda maior com este contexto porque motores movidos a qualquer proporção de gasolina e etanol são característica exclusiva nossa, de forma que atender tal preferência sempre representa a firmeza do compromisso com os clientes; a ideia certamente é esclarecer que só se precisa lidar com uma interrupção de vendas, em vez daquela instabilidade de operações que caracterizou a fase imediatamente seguinte à empolgação pela reabertura das importações de 1990. Se os japoneses conseguiram emplacar a Honda tão bem no Brasil, aliás, é porque desenharam uma estratégia muito boa: já que o Civic se mostrou capaz de agradar ao nosso público, a fábrica brasileira não hesitou a ser construída. E desde 1998 é possível observar o esforço inabalável da montadora em manter sua oferta atualizada, lançando novos modelos com atrasos da ordem de um ano, faixa compreensível devido às mudanças técnicas requeridas para as condições de combustível e rodagem daqui. É isso o que explica, por exemplo, que a chegada da geração atual do Civic não tenha esperado tanto até ganhar a companhia do CR-V, já que os dois sempre compartilharam partes do projeto.
Essa origem comum, aliás, é a razão que motiva as mudanças da linha 2013 do crossover: a mais importante é a troca do motor 2.0 16v pela unidade flexível que estreou no sedã poucos meses atrás. Ele conta com a tecnologia FlexOne e dispensa o tanque extra de partida a frio e todas as peças referentes a ele, como canos e a segunda tampa que ficava na lateral dianteira. Sempre usando câmbio automático de cinco marchas, sua força é de 150 cv de potência e 19,3 kgfm de torque com gasolina e 155 cv e 19,6 kgfm com etanol, que por sua vez motivou o aumento do tanque comum para 71 litros visando maior autonomia. O modelo preserva a lista de versões, mas a LX 4x2 agora parte de R$ 98.900 porque ganhou sistema de som com Bluetooth e alarme presencial com chave canivete, os dois últimos incorporados também à EX 4x4 com preço de R$ 114.900. Segundo a Honda, o CR-V já se aproxima das 73 mil unidades vendidas no Brasil desde a sua chegada, treze anos atrás. O resto de sua lista de equipamentos se mantém igual para as duas versões, assim como a garantia de três anos.