São eventos como este que fazem um entusiasta de carros parar e observar as voltas que essa indústria dá ao longo dos anos. A relação do mercado brasileiro com o Audi A3 já oscilou entre prazeres e dissabores, mas outro fato é que o hatchback alemão vem marcando presença entre nós sem falhar, desde a primeira geração. Agora é a vez de ele vir em sua safra mais recente, mas para os mais otimistas isso não será só a chegada de mais um importado; pode ser que o A3 esteja por começar a melhor fase que já teve por aqui.
Ver o modelo dourado da foto acima vai provocar nas melhores memórias a lembrança de quando este carro chegou a ter produção nacional, inaugurada em 2000. Era a época em que as montadoras começavam a reconhecer o potencial do mercado brasileiro também para o mercado de luxo, com as marcas generalistas investindo em trazer nomes como Ford Mondeo, VW Passat e o Chevrolet Omega de origens australianas, enquanto os fabricantes de luxo procuraram mirar em suas linhas de base para ganhar volume de vendas – assim como a conterrânea, a Mercedes-Benz chegou a produzir seu primeiro Classe A no Brasil. Entre essas duas alemãs, o sucesso veio apenas para a Audi primeiro porque seu modelo era um hatchback, distanciando-se dos padrões dessas marcas bem menos que a minivan do outro caso, os custos dessa iniciativa foram reduzidos pelo fato de ter dividido plataforma com o VW Golf da época, este sim o médio de vendas volumosas do Grupo Volkswagen. Os tempos áureos vieram a acabar quando chegaram os sucessores dos dois, porque as evoluções da nova plataforma resultariam em preços finais elevados em excesso. O A3 manteve seu prestígio mesmo como importado, mas o frisson de antes se perdia porque começaram a aparecer cada vez mais rivais em sua nova faixa de preço. Quanto ao Golf…
Ainda na primeira imagem é possível perceber que a Audi desapontou quem esperava revoluções. Pode-se dizer que estão lá todos os elementos que formam o A3 desde 1996, tais como o vidro traseiro inclinado, a forma das janelas e as outras proporções básicas, tudo apenas passando à tendência dos Audi atuais. Nem a cabine mudou demais, porque o investimento maior ficou mesmo na tecnologia: o primeira A3 a chegar é o Sport de duas portas, com o 1.8 TFSI de potência de 180 cv e torque de 25,5 kgfm e o câmbio S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem para ir de 0 a 100 km/h em 7s2 e à máxima de 232 km/h por R$ 115 mil. É um desempenho melhor que o dos rivais diretos (BMW Série 1, Citroën DS4, Mercedes-Benz Classe A e o futuro Volvo V40) e que vem com um consumo médio de 18 km/l. Sua lista de itens de série inclui Audi Drive Select e Sound System, central multimídia com GPS, airbags frontais, laterais e para joelhos, ar-condicionado automático bizona, freios com ABS e ESP, direção eletromecânica, rodas de liga leve aro 17” e teto solar panorâmico Open Sky. A lista de versões em breve será aumentada com o A3 Sportback (quatro-portas) e o motor 1.4 TFSI. Tudo obra da famosa plataforma modular MQB, que reacendeu nos fãs brasileiros a forte expectativa de trazer ao Brasil outra vez a produção tanto da linha A3 como do sétimo Golf.