Sedãs são a categoria de carros que mais se associa a conceitos como luxo e requinte. Seja por essa palavra remeter até a tempos prévios ao carro (era a expressão italiana para liteira) ou pelo vasto uso que ganhou entre as limusines, o sedã está para a sobriedade tanto quanto a picape para o serviço, por exemplo. É este potencial que vem motivando ícones por décadas em todo o mundo, em que os mais caros focam nos mimos, os mais baratos no espaço e a “coluna do meio” na distinção, tal como o ítalo-brasileiro deste artigo.
Você lembra dos Chevrolet Milenium? A série especial chegava ao mercado um ano antes da verdadeira virada talvez porque “1999 para 2000” soava mais impactante que “2000 para 2001”, mas o fato é que ficou bem-vista até hoje, no mercado de usados, por ter oferecido um conjunto de conceito similar ao que a Fiat inaugurou com o Linea no final do ano passado. Os números de venda dos últimos meses já podem caracterizar o Grand Siena como um sucesso em sua categoria, e isso se deve por como ele difere dos rivais diretos quanto à proposta. Ele ficou de fato bem mais espaçoso que o antecessor (hoje vendido como Siena EL), mas aqui este aspecto sempre dividiu atenção com a qualidade geral do desenho. O resultado é um conjunto mais agradável que o de Chevrolet Cobalt, Nissan Versa e Peugeot 207 e mais vistoso que as versões de topo de Toyota Etios e VW Voyage, além de custar um pouco menos que Chevrolet Sonic, Ford New Fiesta e VW Polo. Ao contrário do que se fez catorze anos atrás com os sedãs Corsa, Astra e Vectra, no entanto, a Sublime não se oferece como uma versão adicional: assim como com o irmão maior ela chega ao mercado como um pacote de equipamentos, oferecido para a versão Essence 1.6 16v totalizando R$ 46.360 e apenas nas cores preto Vulcano e a estreante branco Kalahari das imagens.
As mudanças externas não são extensas, mas apresentam bom gosto. Os farois trazem máscara em cinza metalizado, mesma cor usada nas capas dos retrovisores, na porção cromada da grade dianteira e nos frisos laterais. Já as demais partes da grade dianteira adotam um cinza grafite que se repete no suporte da placa traseira, em uma pequena porção da tampa traseira e em toda a parte inferior do carro, incluindo as minissaias laterais. A ideia é formar um contraste de cores mais suave, de forma que essa cor acompanha apenas a carroceria branca, passando todas ao preto quando se pede a outra cor externa. Já as rodas de liga leve aro 16” ganham um tom levemente escurecido para os dois casos. A Sublime contraria as outras séries similares porque concentra suas novidades maiores na cabine: o revestimento inteiro se faz nas cores marrom e marfim, criando uma impressão tão agradável que leva qualquer um a se perguntar quando será que o mercado brasileiro finalmente vai se livrar do gosto restrito ao cinza e preto. O painel ganhou detalhes em marrom, os sobretapetes vêm em cinza e as soleiras das portas trazem o nome da série. Este pacote parte dos itens de série da versão Essence e também agrega retrovisores elétricos, vidros elétricos traseiros e sistema de som multimídia com Bluetooth, mas a melhor exclusividade é outra: bancos e volante repetem as cores da cabine revestidos em couro.