Acompanhar as publicações da mídia especializada sobre o mundo automotivo traz várias menções aos gostos que o público de cada país possui em forma individual. Sua importância é tão grande porque satisfazê-los mantém uma relação íntima com o desempenho positivo das vendas de um carro. Os novos compactos da Chevrolet também trouxeram inovações, mas a maior parte do expressivo sucesso que alcançaram tão rápido vem da simples eficácia ao obedecer essa regra. A novidade de agora não é mais que uma continuação disso.
Especialmente no Brasil, é muito comum ouvir expressões como “processo de tropicalização” ou “adaptações às preferências locais”. São duas ramificações do mesmo assunto, mas a primeira se refere à parte obrigatória. É o processo de adaptar um veículo às condições de rodagem do país, com alterações mecânicas como elevar a suspensão para trafegar melhor em pisos acidentados, adaptar motores à gasolina misturada a etanol (quando não se parte já para o sistema flexível), melhorar a vedação das portas contra pó e otimizar o arrefecimento, devido às temperaturas elevadas. Já a questão dos gostos é mais delicada porque está relacionada com outras, tais como preço e proposta de uso, de forma que a “receita ideal” varia para cada categoria. Passando a falar somente sobre os hatchbacks compactos, então, observa-se que o brasileiro valoriza muito mais os aspectos racionais do que a categoria supõe originalmente. Para começar, o carro precisa levar cinco pessoas com relativo conforto, mas isso pode fazer concessões ao design. Este, por sua vez, tem que incluir boas proporções e certa esportividade. É por essas e outras que carros como Citroën C1 e Hyundai i10 não se aproximam daqui. Além disso, nos últimos anos a preferência finalmente começou a migrar para os projetos mais modernos, ainda que custem um pouco mais.
Outro abrir de olhos veio com a concorrência chinesa, que inspirou certas melhoras no nível dos itens de série. Por último, o público também se mostrou disposto a investir em pequenos luxos que até pouco tempo atrás eram restritos a categorias mais caras: caso de acessórios de personalização, teto solar, itens de entretenimento e câmbio automático. Onix e Prisma superaram as cem mil unidades em menos de um ano porque seguiram quase todas essas regras muito bem. A novidade de agora se torna importante basicamente porque retira esse “quase”. Eles são os mais novos Chevrolet a ganhar o moderno câmbio automático GF6, cujas seis marchas têm opção de troca manual e já estão presentes em Cobalt, Cruze, Sonic e Spin. Elas vêm somente com o 1.4 de até 106 cv e 13,9 kgfm e nas versões LT (hatch partindo de R$ 43.390 e sedã de R$ 46.390) e LTZ (R$ 47.190 e R$ 49.990), e trazem aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 12s com álcool e 12s7 com gasolina e velocidade máxima de 171 km/h. Além disso, a linha 2014 também lhes somou itens menores, como o azul Sky das fotos, e o novo câmbio acompanha piloto automático e volante em couro. Além disso, o câmbio manual teve suas relações otimizadas para os dois motores, e a marcha ré quando com 1.4 foi sincronizada.