Quem pensava que esta seria mais uma das linhas 2014 que a Chevrolet vem lançando no Brasil, em que a maior novidade de seus modelos recém-renovados foi a adoção da central multimídia MyLink, terá uma grata surpresa. A dupla de utilitários médios da marca não só ganhou isso como teve importantes melhorias no trem-de-força, recebendo uma série de alterações mecânicas para aumentar o desempenho ao mesmo tempo que as emissões foram reduzidas. Sem contar com poder fazer uma ofensiva mais forte à concorrência.
Quando se fala em utilitários de porte médio e grande, uma das maiores rivalidades vistas no nosso mercado é a de Chevrolet S10 e Ford Ranger. As duas chegaram ao país quase ao mesmo tempo, em meados dos anos 1990, e desde então travaram uma luta que não era tão intensa nem nos Estados Unidos, país de origem de ambas. Suas novas gerações enfrentaram um contexto diferente porque já vieram em outra época, em que o segmento ganhou a participação de nomes como Mitsubishi L200 Triton, Nissan Frontier, Volkswagen Amarok e, especialmente, Toyota Hilux. Por outro lado, a Trailblazer tampouco pode “deitar sobre os louros” porque não ter muitos rivais diretos lhe permite receber ameaças de outros segmentos, de carros com outros conjuntos de características.
Ter mais rivais fortes é o que faz cada um destes precisar apresentar novidades sem muita demora. As alterações de motor se referem apenas ao 2.8 turbodiesel, de forma que o 2.4 flex continua disponível para a picape e o 3.6 V6 continua oferecido para o SUV. O coletor de admissão em plástico tem fluxo de ar otimizado e superfícies mais lisas, ao passo que a nova injeção common-rail de alta pressão permite queimar o combustível com mais eficiência. Os pistões foram redesenhados, e a nova recirculação de gases (EGR) agora é controlado por motor de passo.
Tantas alterações permitiram à dupla empatar com a potência da Ranger em 200 cv, ao passo que lhe superam no torque por oferecer 51 kgfm – um aumento de 20 cv e 3,1 kgfm. Além disso, o mesmo motor ganhou um novo câmbio manual de seis marchas, cujo escalonamento busca melhorar o consumo e reduzir os níveis de aspereza, ruído e vibrações. A S10 2.4 mantém o manual de cinco, enquanto a Trailblazer V6 continua com o automático de seis. Quanto à central MyLink, ela chega à dupla na verdade em duas versões. As versões LT (restritas à S10) recebem a mesma unidade já vista em outros Chevrolet nacionais, enquanto as LTZ (existentes nos dois) trazem uma versão melhorada, com interface exclusiva e a adição de leitor de CD e DVD e navegação GPS.
Além disso, a S10 LTZ somou sensor de estacionamento traseiro e console de teto e, quando com 2.8 automático, controle de velocidade em declive e assistência de partida em aclive. Já a Trailblazer ganhou airbags laterais, câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro conectados ao MyLink, caixa organizadora e cobertura articulada para o porta-malas quando se baixa a última fileira de assentos. Também vieram as cores metálicas cinza Evenstar, prata Switchblade e verde Deepwood. A S10 começa em R$ 61.490 na versão LS, R$ 75.490 na LT e R$ 88.490 na LTZ, enquanto a Trailblazer parte de R$ 136.100.