Quem viu o novo Agile pela primeira vez dias atrás, já bem depois das duas imagens reveladas pela Chevrolet em forma oficial, certamente ficou surpreso com como o carro parecia “enfeitado demais”. Essa dúvida só veio a se resolver em forma oficial agora, com o evento promovido pela marca. O hatchback recebeu, sim, um facelift de meia-vida, mas toda aquela decoração extra é exclusividade da sua mais nova série especial, que não só chega ao Brasil no mesmo momento como também contagiou a versão correspondente do irmão maior.
Observações menos atentas não vão demorar a rotular a Effect como mais uma edição especial em meio a todas as que são lançadas tanto no Brasil como fora sem alterar mais que o visual… e de certa forma isso não deixa de ser verdade. Porém, esta ganha um pouco mais de destaque quando se percebe a importância estratégica que ela tem para o momento atual da Chevrolet brasileira. Os clientes vão levar um modelo de aparência melhorada por acessórios exclusivos e custo/benefício mais favorável como sempre, em séries como esta, mas para a empresa ela acaba servindo como uma ação de marketing de foco mais direto que vem muito a calhar.
Apresentar uma novidade em vários modelos de uma vez provoca que eles sejam vistos em forma coletiva; a imprensa especializada, por exemplo, reúne a todos em uma só publicação. Isso convém para a Chevrolet porque ajuda a trazer sensação de unidade para sua linha nacional, o que se torna muito difícil quando se oferecem modelos concebidos em tantos momentos e países diferentes. O Sonic, por exemplo, é um projeto coreano que em 2011 inaugurou a plataforma GSV e é vendido em vários países. Já o Agile é restrito à América Latina e traz o conjunto que já conhecemos bem. Eles têm diferenças em quase tudo, mas o holofote da série Effect as faz desaparecer quando provoca que eles sejam referidos por expressões como “compactos da Chevrolet”.
Vale notar que os ganhos continuam quando se passam aos casos particulares, aliás: enquanto o Agile aproveita a chance de ser associado ao “irmão” mais moderno e sofisticado, o Sonic volta a desfrutar de publicidade, já que ainda não está em época de receber renovações. Este último justifica os R$ 58.490 somando rodas de liga leve aro 16” em preto, adesivos alusivos pretos por toda a carroceria, tampa do tanque com decoração especial e protetores de soleira, ao passo que na cabine a adição é a central multimídia MyLink. Na série especial ele só vem na cor branca. Já o Agile custa R$ 44.940 com câmbio manual ou R$ 47.490 com o automatizado Easytronic, mas pode vir em branco ou vermelho e traz mais acessórios.
Além do que o irmão maior usa, ele conta com spoilers dianteiro, laterais e traseiro, parachoque traseiro com seção exclusiva em preto, farois e lanternas escurecidos, outro desenho para as rodas de 16” e pintura em preto brilhante para teto e retrovisores. Já o interior traz detalhes vermelhos em painel, bancos e volante, quadro de instrumentos com grafismo exclusivo e protetores de soleira em alumínio escovado. Como já era de se esperar, a parte mecânica não teve alteração alguma em nenhum deles: o Agile mantém o 1.4 de até 102 cv e o Sonic usa o mesmo 1.6 16v de até 120 cv, este último oferecido sempre com câmbio automático de seis marchas.