Despedir-se de modelos como Fiat Mille e VW Gol G4 e Kombi foi um passo muito importante para o mercado automotivo brasileiro, mas não se pode negar que ele só tratou dos casos mais críticos. A saída de linha daqueles modelos tornou o sedã compacto da Chevrolet o carro mais antigo em produção por aqui. A marca já começou a trabalhar para mudar essa situação, mas se ela não parece ter pressa é porque simplesmente não precisa: casos como este só vão deixar de existir quando o público se direcionar às opções que realmente o merecem.
Claro que também seria injusto afirmar que o Classic é um carro ruim. Se ele vem mantendo vendas estáveis por tantos anos (ele surgiu como Corsa Sedan em 1995 e mudou de caminho em 2003), é porque sua combinação de espaço interno bom, construção robusta, estilo correto e mecânica simples caiu como uma luva para muita gente tanto em uso pessoal como comercial. O problema é que ele não pode tentar escapar do ciclo de vida médio que um carro urbano tem. Além do design mais moderno, os carros novos por completo trazem muitas melhorias em questões como habitabilidade e segurança. Em geral custam bem mais, é verdade, mas isso sempre se pode tratar com a simples economia de escala.
Esse é o conceito que qualquer montadora aplica ao lançar um modelo, mas isso não se faz com tanta frequência com os populares por causa da tal falta de necessidade. As poucas exceções incluem o Renault Logan, que já custava pouco mesmo no começo, e com isso vendeu bem o suficiente para compensar seus custos de produção. Nosso mercado melhorou muito nos últimos anos, mas o caminho que tem pela frente ainda é longo. Tudo o que se precisa fazer é tratar aspectos como conforto e segurança com a mesma prioridade que o preço, e todo este ciclo pode começar a se reverter. Ainda usando o Logan como exemplo aleatório, considerando que ele começa em R$ 29.890 e o Classic em R$ 30.990, a barreira do preço nem é tão grande como se imagina.
Porém, enquanto essa situação ainda evolui a passos bem menores que os ideais, os veteranos aproveitam tudo o que podem. Quem compra carro com foco restrito ao custo/benefício ganhou mais uma opção da Advantage, que é a série especial que a Chevrolet já oferece para Cobalt, Spin e Celta, este último o representante hatchback da marca na faixa de preço na qual o Classic atua. Suas diferenças começam pelo exterior com a cor exclusiva cinza Mond, além das capas de retrovisores em preto brilhante. Assim como nos outros carros, esta série se dedica a entregar pacotes de equipamentos mais generosos por preços menores que os habituais, além de somar o atrativo das pequenas exclusividades visuais.
Entrando na cabine, uma vez que você superar o déjà vu dos anos 1990 que ela traz será possível contemplar um número maior de mudanças. Console central, manopla do câmbio e detalhes do volante vêm na também exclusiva cinza Aquarium, que se combina aos tons de cinza e preto que decoram o ambiente. Outras novidades são a volta do TID, tela digital para data, hora e temperatura que o carro trazia nas versões mais caras dos tempos de Corsa, e a adoção do sistema de som multimídia com conexão Bluetooth. Sempre com o motor 1.0 Econo.Flex de até 78 cv e 9,7 kgfm, este carro custa R$ 34.170 e também traz de série ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos, alarme e rodas de alumínio aro 14”, entre outros.