F430 Scuderia, Challenge Stradale, F355 Challenge, 348 Challenge… A maior parte dos fãs não só conseguiria continuar completando os membros dessa linhagem, como também recitar quais melhorias cada um trouxe em comparação ao respectivo “irmão” convencional. Criar uma variação ainda mais radical de seus cupês de motor e tração traseiros é uma das numerosas idiossincrasias que ajudam a justificar o eterno status de ícone da Ferrari. Seu representante atual é a mais nova adição que se fez à oferta dos italianos no mercado brasileiro.
Pode parecer difícil de observar à primeira vista, mas cada grupo de carros vendidos pela Ferrari em um mesmo momento forma uma “linha”, assim como com qualquer outra montadora. Tal dificuldade vem do fato de que em todos se encontram construção refinada e desempenho arrebatador, mas basta superar essa visão inicial para que se percebam os diferentes tipos de esportivo que eles são. A entrada à linha atual é feita com a California, que é um conversível de proposta mais casual. Já a FF se dedica aos usos alternativos, por ter espaço “aproveitável” em porta-malas e banco traseiro. A F12berlinetta, por sua vez, é uma Grand Tourer: investe mais em luxo e estimula a direção por longas distâncias. E a LaFerrari é o megaesportivo de produção limitada.
Dentre as opções regulares, todas aquelas formam perfis enfocados no uso “real”, feito em cidades e estradas. A empresa não está nem um pouco errada nessa decisão porque são esses modelos que trazem as vendas maiores e mais estáveis. Mas não é por isso que os puristas vão ser deixados de lado, claro: a outra linhagem que a Ferrari mantém é a que atualmente está na 458 Italia, e para começar a entender as diferenças que têm basta mencionar que nela o motor também vai atrás. Este é o modelo a escolher se o seu desejo é a alta performance – e se o seu orçamento não permitiu sequer pensar na LaFerrari. Este é o modelo que prioriza a direção esportiva, sem mais nada a executar com a mesma eficácia. É por isso que ele é quem recebe versões como a Speciale.
Trazida pela importadora oficial Via Itália por R$ 2,3 milhões, a novidade tem um conjunto de evoluções que em momento algum buscam criar um carro novo, mas sim tornar o mesmo ainda melhor. O arrasto aerodinâmico foi otimizado na dianteira e na traseira com o redesenho de defletores, tomadas e saídas de ar, o que acarretou uma leve alteração no design original da 458 Italia. Por outro lado, a fibra de carbono se faz presente tanto em partes da carroceria como nos dutos de admissão, com o intuito de reduzir 90 kg do veículo comum e chegar a 1.325. A relação peso/potência foi melhorada a 2,13 kg/cv, o que trouxe uma série de outros benefícios, mas isso definitivamente não se conseguiu somente por causa da redução de peso.
Agora é possível comprar no Brasil a Ferrari mais potente já produzida com motor V8 até o momento. A unidade de 4,5 litros foi retrabalhada para alcançar a potência de 605 cv e o torque de 55 kgfm, números suficientes para levá-la de 0 a 100 km/h em três segundos, de 0 a 200 km/h em 9,1 s e à máxima de 325 km/h. Alguns dos outros colaboradores desse feito são o sistema de controle de deslizamento (SSC) e o diferencial eletrônico (E-Diff), que monitoram o funcionamento do carro continuamente para efetuar a distribuição de torque mais adequada a cada momento. A 458 Speciale também consegue aceleração lateral de 1,33 g, e realiza a volta do circuito de Fiorano em 1:23.5, apenas meio segundo a mais que a irmã maior F12berlinetta.