Manter vários mercados em sintonia torna-se difícil para as montadoras por duas grandes razões. Afinal, além de todo o investimento que se precisa fazer nas fábricas, há casos em que os planos da empresa não coincidem com as vontades do público. A Honda brasileira esteve num dilema nos últimos anos, porque se trouxesse o facelift do Civic norteamericano retomaria a tal sintonia, mas correria o risco de alterar o sucesso que o conjunto atual vem tendo. Agora a solução a isso já foi tomada, e você pode começar a conhecê-la com este artigo.
Como as imagens antecipam, o sedã recebeu mesmo algumas mudanças de estilo. Por mais que o modelo venha mantendo vendas muito boas no Brasil, ele precisava exercer alguma reação à renovação dos concorrentes. Nem tanto Citroën C4 Lounge e Nissan Sentra, que dependem mais do custo/benefício e não vendem o suficiente para afetá-lo de verdade, mas sim do eterno arquirrival: o Toyota Corolla ganhou nova geração justo durante a metade do ciclo de vida do Civic, retribuindo o que este lhe fez em 2012. A razão disso é aproveitar quando o outro está antigo demais para continuar a atrair as atenções, mas ainda novo demais para responder à altura a curto prazo. A Honda agora mostra uma série de melhorias, mas de uma forma um tanto inusitada.
Para começar, agora só foi revelada a linha 2015 das versões LXR e LXS – a topo-de-linha EXR vai aparecer em outubro, no Salão do Automóvel. E entre estas, as fotos deste artigo só correspondem à LXR. As novidades são um caso parecido ao do facelift do Fiat Linea: como repetir a remodelação do estrangeiro sairia caro demais, a filial brasileira fez uma menor, mas que “lembra” aquela. A nova grade dianteira tem o mesmo arco cromado que a do Civic norteamericano, mas ocupa o mesmo espaço da anterior. A linha cromada na parte inferior só corta a entrada de ar central, em vez de conectá-la às outras. E nestas, os farois de neblina perderam a moldura cromada e agora são redondos. Por outro lado, foi possível trabalhar sobre as mesmas peças de antes.
Outras mudanças restritas à LXR tentam continuar o apelo esportivo iniciado pela dianteira. Vieram novas rodas de liga leve aro 17” com pneus de menor resistência ao rolamento, ao passo que a paleta de cores foi aumentada com o azul Denim e o cinza Barium. Já na cabine, a parte superior do painel vem em preto nas duas versões e faz contraste com o cinza-claro da inferior – a LXR ainda soma acabamento cromado nos comandos do volante. Já a LXS compensa a manutenção do exterior antigo com a adoção do sistema FlexOne no motor 1.8 16v. Agora ele preaquece o combustível a partir de quando as portas se destravam, para chegar à temperatura ideal para a partida mesmo em dias frios. Com isso, outra vez foi possível dispensar o tanque secundário de gasolina.
Falando em motores, a opção menor manteve a potência de 139 cv, que aumenta em 1 cv ao trocar a gasolina por etanol. Esta é a que equipa a versão LXS, tanto com câmbio manual (R$ 65.890) como com automático de cinco marchas (R$ 68.890), que, por sua vez, aparece pela primeira vez para ela. Já o motor 2.0 16v i-VTEC manteve a potência em 150/155 cv, com os combustíveis na mesma ordem. Este é o único motor disponível para a versão LXR (R$ 74.900), e sempre vem acompanhada do câmbio automático de cinco marchas com borboletas atrás do volante. Quanto à versão EXR, tudo o que se sabe até agora é que terá nova central multimídia, cujas funções lhe permitirão maior integração com smartphones. Já o visual deverá seguir o da LXR.