Quando se fala em carros conversíveis no Brasil, por mais que os modelos de luxo exerçam a atração de sempre, muita gente ainda idolatra as opções nacionais que tivemos. Chevrolet Kadett GSi e Ford Escort XR3 faziam os olhos brilhar porque concentravam charme e requinte ao mesmo tempo que afastavam as incertezas dos veículos fora-de-série, e só não converteram toda a sua adoração em vendas por conta dos preços muito altos. Trinta anos depois, pode-se dizer que uma interpretação moderna dessa história é vivida pelo compacto da Fiat.
Claro, não é difícil fazer uma lista de características nas quais o 500C difere daqueles, e mesmo sem considerar a diferença de idade. Aqueles eram vistos como modelos de luxo, em um mercado até então carente de opções, enquanto este é um compacto cuja concepção é uma perfeita reflexão do quanto o público se tornou receptivo a nichos de mercado. Eles usavam motores fortes e tinham produção complexa, o que certamente colaborava para a reputação que formaram, este aposta em cortar custos tanto para a fábrica como para o cliente. As divergências realmente não são poucas. Mas quando se passa às semelhanças, uma só já é suficiente para permitir concordar com o final do parágrafo anterior: ambos são os conversíveis mais acessíveis de suas respectivas épocas.
Com o modelo que também é chamado 500 Cabrio, a Fiat permite ao brasileiro separar a diversão de dirigir sem teto da imagem de um carro de luxo. Flutuar ao redor dos R$ 60 mil não lhe tornam uma pechincha, mas também é verdade que ele é um sonho alcançável. Solteiros e casais sem filhos podem trocar os chamados premium por um carro de personalidade única, daqueles que atrai atenção por onde passa, e sem gastar mais por isso. Mas para convencê-los a tal, a Fiat precisou ser sábia: em vez de investir no Uno, que ganhou um conversível conceitual na chegada da geração atual, ela investiu no 500. Primeiro construiu sua imagem com o hatchback, aproveitando as vantagens da importação mexicana, e agora se dedica ao “descapotável”.
Como ter apenas o teto removível não lhe encareceu demais, a Fiat agora enfoca a oferta do 500 nesta variação. O maior destaque de sua linha 2014 é a combinação dela ao motor 1.4 Fire EVO, como alternativa mais barata à que usa o 1.4 16v MultiAir. A novidade parte de R$ 56.900 e traz de série ar-condicionado, banco do passageiro com memória, banco traseiro bipartido, chave canivete, comando elétrico para porta-malas e tanque, computador de bordo, controle de estabilidade, direção elétrica, sistema de fixação Isofix, hill holder, rodas de liga leve aro 15”, sistema de áudio multimídia com seis alto-falantes, trio elétrico e uma série de porta-objetos, entre outros. Tudo com revestimento interno e capota, esta acionada eletricamente, em esquemas de vermelho ou preto.
Entre os opcionais, estão lá Blue&Me (conectividade Bluetooth e USB), controle de cruzeiro, sistema de áudio Alpine Premium, volante multifuncional em couro e o câmbio automatizado Dualogic, este último por R$ 3 mil. A linha 2014 caracteriza o momento em que o 500 passa a ter mais versões conversíveis que fechadas no Brasil, aliás: depois da Lounge, agora é a Sport que sai de linha. A oferta passa a ter o Cult 1.4 Fire Evo por R$ 47.300 e o Cult Dualogic por R$ 49.600, na variação hatchback. Já as conversíveis incluem as duas novidades deste artigo e topo-de-linha, que une o 1.4 16v MultiAir ao câmbio automático de seis marchas e ao pacote de equipamentos ainda mais generoso por R$ 66.300.