Se você já leu algo sobre a nova geração, certamente também conhece o mundo dos carros bem o suficiente para saber que, para o Brasil, esta ainda não é a “grande notícia”. Por mais que a nova Frontier já esteja prestes a ganhar produção nacional, esse tipo de operação sempre se faz com um certo atraso em relação ao lançamento no país de origem. Como a picape atual precisa continuar vendendo durante este intervalo, a solução encontrada foi apostar no custo/benefício, adaptando sua oferta aos desejos que seu público tem apresentado.
Veículos como a Frontier são exemplos muito bons de como as montadoras japonesas conseguem trabalhar em mercados estrangeiros. Elas reconhecem a necessidade de promover alterações em seus modelos para satisfazer as preferências particulares de cada público, mas a executam de uma maneira que minimiza os custos adicionais. Como os desenhos procuram agradar ao maior número possível de gostos tal qual é mostrado, e características como dimensões e listas de equipamentos procuram manter o nível dos respectivos concorrentes, os retoques regionais podem limitar-se à “finalização” de cada oferta. Em outras palavras, detalhes como opções de versões, trem-de-força, acessórios visuais e eventuais edições limitadas, por exemplo.
Tudo isso ajuda a explicar por que a picape da Nissan, e conterrâneos como Honda Fit, Mitsubishi ASX e Toyota Corolla, para citar apenas alguns exemplos, vivem todo o ciclo de uma geração somente com alterações leves. A maior vantagem disso é associar o carro ao valor de estabilidade. Quem o compra nos primeiros anos sabe que ele vai demorar para ficar desatualizado. Quem o leva nos últimos desfruta das melhorias que a empresa veio lhe aplicando. E mesmo quem o adquire pelo mercado de usados tem vantagens, porque não tem problemas demais com questões como manutenção. O veículo também perde o famoso “ar de novidade”, não se pode negar, mas as vendas que os japoneses têm mostram que as recompensas são muito maiores.
Então, se a Frontier passou seis anos no Brasil (nove no exterior) sem mudar quase nada, não seria agora que ela iria mudar de estratégia. Provavelmente a última na geração atual, a linha 2015 traz duas novidades grandes. Uma é a central multimídia, que na variação topo-de-linha é equipamento de série. Sua touchscreen de 6,2 polegadas controla funções como conectividade de áudio e telefonia por Bluetooth, leitor de DVD, navegação por satélite (GPS) e o sistema de áudio multimídia, além de visualizar as imagens da câmera de ré integrada. Por outro lado, a Nissan também tentará atender melhor os desejos mais recentes do consumidor com uma nova versão, a quarta da linha: A SV Attack agora se desdobra em duas.
Esta foi lançada três anos atrás ainda como uma série especial, mas agradou o suficiente para merecer integrar a lista permanente. Como até então só era oferecida com câmbio manual, sua nova variação tem como destaque o câmbio automático e, de quebra, a central multimídia mencionada também como item de série. Com isso, agora a Frontier tem as seguintes opções: S 4x2 custando R$ 94.990, S 4x4 R$ 104.990, SV Attack 4x2 R$ 101.990, SV Attack 4x4 R$ 108.990, SV Attack 4x4 Automática R$ 114.790 e SL 4x4 Automática R$ 134.490. O motor 2.5 turbodiesel é sempre a única opção, mas gera 163 cv quando combinado ao câmbio manual (seis marchas) e 190 cv com o automático (cinco marchas, sendo a última overdrive).