Antes da profusão de montadoras que se instalou no Brasil, desde os anos 1990, o mercado precisava se contentar com Chevrolet, Ford e Volkswagen, além de uma Fiat que até então era novata. Como as opções eram limitadas, o público as conhecia bem o suficiente para formar atribuições fortes, como os apelidos aos carros – algumas fortes a ponto de durar até hoje. Uma das que vêm se esforçando mais em terminar de se livrar dessa imagem de outrora é a Chevrolet. O veículo que você está prestes a conhecer é o seu mais novo passo nesse caminho – e, sem dúvida, um dos melhores.
Enquanto a linha de utilitários mostrava toda a competência para lidar com o fora-de-estrada brasileiro, a família Opala incrementava a imagem da Chevrolet com a qualidade e o conforto típicos de modelos de luxo. No entanto, a predileção por carros grandes e o nível de tecnologia com o qual se trabalhava nos anos 1960 e 1970 terminou por mostrar outro lado da marca aos clientes: consumo elevado. Nem mesmo o Chevette, cujo projeto era considerado moderno e eficiente para a época, conseguiu atenuar a fama de “beberrões” que começava a se formar em torno dos carros da marca. A linha foi modernizada por inteiro nos anos 1990, com direito a vários modelos da irmã Opel, mas isso não adiantava muito ao decidir preservar a linha de motores antiquada.
Assim, por mais que modelos como Astra, Blazer, Vectra e Zafira tenham evoluído em aerodinâmica, qualidade de construção e aproveitamento de espaço, essa eficiência se perdia sob o capô. Esse cenário só começou a mudar de verdade em 2012, quando a marca começou seu plano de renovação completa. Os primeiros passos foram focados em mudar apenas os modelos, talvez para reduzir os riscos, mas como eles vêm ganhando aceitação no geral muito positiva, agora é a hora de modernizar o que falta. Na linha de populares, já existem rumores sobre novos motores de três cilindros e concepção mais moderna, ao passo que para os médios a expectativa gira em torno dos motores turbinados. Mas a bola da vez é a tão esperada evolução de um veículo ainda maior.
Em vez de improvisar alterações visuais, que sempre caem em algum ponto entre bom resultado e custo reduzido, a Chevrolet levou a S10 à linha 2015 com alterações no motor. Como o movido a diesel teve sua potência aumentada há pouco, as novidades de agora vão para a opção a gasolina: as versões LT e LTZ agora usam um 2.5 Ecotec flex, que chega a 206 cv de potência e 27,3 kgfm de torque (usando etanol). Ele usa comando de válvulas continuamente variável, câmbio manual de seis marchas e opção de tração 4x4 com reduzida, além de trazer a tecnologia SIDI: é o primeiro motor fabricado no Brasil equipado com injeção direta de combustível. O 2.4 FlexPower passou a ser oferecido somente na versão de entrada, LS.
Na cabine, vieram reforços no isolamento acústico, novos materiais de acabamento com maior qualidade, e alguns itens de série a mais para a versão LTZ, topo-de-linha: nova textura para o painel, moldura em preto brilhante para console central, portas e volante, apoio de braços em couro cinza, e a adição de assistente de partida em rampas e de descida, e de controles de estabilidade e de balanço de reboque (para otimizar o uso de trailers, por exemplo). A versão LS 2.4 custa R$ 69.800 com cabine simples e R$ 78.200 com cabine dupla, mas a nova tecnologia trouxe um aumento para as demais: sempre com cabine dupla, a LT 4x2 foi a R$ 86.400 e a 4x4 a R$ 92.400, enquanto a LTZ eleva esses números a R$ 97.700 e R$ 103.700. A oferta com motor a diesel não teve alterações.