Depois de Civic e Fit, agora é o sedã compacto que adere à renovação da linha Honda produzida no Brasil. O City chega à segunda geração comercializada aqui seguindo os passos da minivan da qual deriva, o que significou uma série de evoluções. Porém, o três-volumes adiciona a particularidade de voltar parte dessas melhorias à intenção de subir de categoria, o que lhe trouxe um inexorável aumento de preço. Com este artigo você poderá conhecer mais sobre o mais novo sedã “premium”, categoria que surgiu aqui na década passada e desde então não parou de crescer.
Cinco anos atrás, o mote do lançamento do sedã era associar o estilo e a imagem do Civic à praticidade e ao preço (um pouco) mais acessível do Fit – a vontade de criar um meio-termo era tão grande que o nome “City” chegou a ser mostrado como sendo uma união daqueles. Ele não demorou a agradar por conta do espaço interno e do nível de equipamentos, mas nem tudo eram flores. Além de o estilo dividir opiniões, a tabela de preços o colocava perto demais do irmão maior: ele acabava sendo visto como um Civic simplificado, em vez de um modelo que ocupava a categoria de mercado inferior. Mas a Honda conseguiu contornar isso sem demora, ao priorizar as versões de base. Desde 2009, o sedã local já superou as 150 mil unidades vendidas.
Agora, sua nova fase chega com ar de evolução, não somente mudança. A reforma do City foi completa e passou a seguir a nova identidade de estilo da Honda, chamada Solid Wing Face. O resultado geral são linhas mais elegantes e imponentes, que realmente lhe deixam com cara de carro maior. Farois e lanternas, por exemplo, foram alongados e já não são tão angulares como antes. Os vincos ficaram mais espessos, para realçar a sensação geral de robustez. A dianteira traz linhas fortes e a nova grade da marca, que compõe um vistoso U cromado. A traseira ganhou linhas muito mais inspiradas, com detalhes que não chegam aos exageros. E a silhueta geral conseguiu o equilíbrio: o City parece mais dinâmico que um Fiat Linea, mas tem mais finesse que um Ford Fiesta.
Abrir as portas revela um painel igualmente renovado, cujas formas inclinadas lembram o do Civic. Também estão lá as formas simples, que prezam a facilidade de operação. Como a maior parte dos modelos de origem japonesa, o City não tenta “forçar” uma impressão de requinte. Você não vê excesso de cromados ou de tons de revestimento, mas sim uma lista de equipamentos generosa, que dependendo da versão conta com ar-condicionado digital (cujos comandos são sensíveis ao toque), câmera de ré, central de entretenimento com tela de 5”, conexão Bluetooth, e sistema de áudio multimídia, com comandos no volante e oito alto-falantes. Segundo a Honda, o navegador GPS ficou de fora devido aos custos de instalação e manutenção do software.
Além da qualidade de construção superior, a nova plataforma permitiu melhor aproveitamento do espaço interno. O comprimento aumentou em 55 mm (4.455 mm), 50 deles dedicados ao entre-eixos (2.600 mm). Isso, associado à ausência do túnel central, tornou o banco traseiro comparável ao de carros médios. O porta-malas, por sua vez, ganhou tanto na facilidade de acesso como na capacidade: o aumento de vinte litros o levou a 536. O City continua com o motor 1.5 16v como opção única, gerando até 116 cv de potência e 15,3 kgfm de torque, mas passou a usar o FlexOne, sistema que aquece o combustível em dias mais frios para facilitar a partida. Por outro lado, o câmbio CVT voltou a ser oferecido, e inclui modo esportivo e simulação de sete marchas.
Quanto à tabela de preços, o City não só não tentou se afastar dos sedãs médios como na verdade aproximou-se ainda mais, em suas versões mais caras. Por R$ 53.900, a DX é a única a trazer câmbio manual de cinco marchas, e conta com ar-condicionado, rodas de aro 15” com calotas, direção elétrica, sistema de áudio com leitor de MP3, e trio elétrico. Já com o CVT, a LX custa R$ 62.900 e agrega banco traseiro bipartido, detalhes externos cromados, sistema de áudio com quatro alto-falantes e rodas de liga leve de 16” diamantadas. Custando R$ 66.700, a EX soma o ar-condicionado digital e a central de entretenimento mencionados, chave tipo canivete, controle de cruzeiro, mais cromados, farois de neblina, luzes de direção nos retrovisores, mais quatro alto-falantes e paddle shift.
Por fim, o topo da linha é defendido pela variação EXL CVT. Todos os equipamentos das anteriores são somados a airbags laterais dianteiros, bancos e volante revestidos em couro, e quadro de instrumentos com iluminação azul, entre outros. Tudo isso pelo preço de R$ 69 mil, suficiente para deixar a categoria premium e competir diretamente com as versões de entrada de carros como Chevrolet Cruze, Citroën C4 Lounge, Ford Focus, Renault Fluence, Toyota Corolla e Volkswagen Jetta. Como todos estes pertencem ao segmento dos médios, oferecem mais quanto a tamanho, motor e equipamentos. Talvez por isso, a Honda estima que a maior parte das vendas do City será feita pela versão intermediária, LX.