Se você considera o Duster bom de mercado julgando o que vê no Brasil, experimente conhecer como ele se sai na Europa. O jeito rústico deste modelo é explicado pelo fato de ele ser um derivado do Logan, e portanto concebido originalmente para a divisão Dacia, que por sua vez é explicitamente focada no baixo custo. Aqui, no entanto, como ele recebeu um papel diferente, nunca chegou a brilhar da mesma forma. Somente agora, aos quatro anos de Brasil, é que ele veio a mostrar o primeiro passo dado em um caminho que deveria ter seguido desde o começo de sua trajetória.
No exterior, todas as prioridades do Duster são racionais. Ele reúne espaço interno amplo, desempenho satisfatório no fora-de-estrada e manutenção simples, tudo a preços baixos. Não é estiloso ou sofisticado como a maioria dos demais modelos denominados “crossovers compactos”, mas isso na verdade não importa, porque a Dacia nunca teve intenção de competir com eles. Quem compra aqueles é um tipo de cliente diferente do que escolhe o Duster, e é por isso que nunca houve uma competição séria. Esse papel foi ainda mais exaltado em 2012, com a chegada do Captur: este foi relegado à marca principal, Renault, e projetado com toda a dedicação ao lado emocional que falta no “primo”. Este sim virou um rival à altura de Ford EcoSport, Opel Mokka e Peugeot 2008.
Como essa dualidade não existe no Brasil, pelo menos até agora, o nosso Duster terminou com as duas tarefas para si. Ele vendeu muito bem no começo, mas bastou o modelo da Ford mudar e ele não brilhou mais. Talvez já como tentativa de contornar isso, a Renault parece ter tomado um caminho diferente: se o problema do Duster é dispensar luxos, então que isso seja transformado em uma oportunidade. Na Europa, ele já recebeu variações furgão e picape, além de diversas séries especiais voltadas ao fora-de-estrada. No Brasil, a mais nova investida é esta série especial, que não só ressalta o mesmo apelo como ainda o associa a uma melhoria de custo/benefício. Em vez de apresentar uma profusão de mudanças estéticas, ela traz uma lista de equipamentos mais generosa.
Por fora, as únicas diferenças são o logotipo alusivo, na tampa do porta-malas, e as faixas laterais, que aparecem na base das portas. Todo o resto é idêntico ao visual da versão Expression, na qual a Outdoor é baseada – também estão lá farois de máscara negra e rodas de liga leve aro 16”. Entrando na cabine, você encontra bancos com novo revestimento, ar-condicionado, direção hidráulica, comando elétrico para travas e vidros e o sistema 3D Sound by Arkamys – com entrada USB, mas sem a touchscreen da central multimídia MediaNAV. O Renault Duster Outdoor é sempre equipado com o motor 1.6 16v, e está disponível nas cores branco Glacier, prata Étoile, verde Amazonas e vermelho Fogo.