Ainda estávamos nos anos 1960 quando tudo começou. O governo queria aproximar o automóvel das massas, mas o mercado ainda não estava preparado para isso – só restaram as lembranças divertidas, como Fusca Pé-de-boi, Vemaguet Caiçara e Gordini Teimoso. O “carro popular” só se estabeleceu no Brasil trinta anos mais tarde, quando o Fiat Uno Mille fez tanto sucesso que reinou quase sozinho por anos. Desde então, esse conceito passou por uma quantidade impressionante de mudanças até chegar ao que é hoje. Seu símbolo mais recente é a dupla que você está prestes a conhecer.
Por mais que o nome venha do inglês, a mais nova edição especial da linha HB20 na verdade é bastante patriota: ela vem para comemorar o segundo aniversário dos modelos, que foram projetados exclusivamente para o mercado do Brasil. Eles formam um capítulo interessante na história recente do mesmo porque vieram para seguir tendências e terminaram criando outras próprias. As primeiras se relacionam à evolução do público, que finalmente aposentou as concepções sobre carros que, em sua maioria, arrastava há décadas e passou a dar mais atenção às empresas que vieram tentar a sorte há menos tempo. Em outras palavras, Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen sofreram a primeira ameaça de mercado mais séria desde a reabertura das importações.
Quanto ao outro grupo de tendências, ele na verdade é uma consequência do outro. Ao conhecer as novas ofertas, o cliente viu que podia exigir mais e começou a fazê-lo. A família HB20 deu um dos primeiros estímulos ao fim dos carros “pelados”, que dispensavam vários equipamentos importantes para alcançar um preço que na verdade nem era tão baixo como parecia à primeira vista. Pouco a pouco, nosso mercado se voltou a conjuntos mais equipados, seja em conforto, estilo ou – principalmente – segurança. Passando ao caso da Hyundai, o sucesso da linha HB20 aumentou as vendas da empresa como um todo, incluindo os importados – apesar dos preços abusivos. Com tudo isso em consideração, motivos para comemorar realmente não faltam.
Essa homenagem será feita por hatchback e sedã, aos preços respectivos de R$ 39.990 e R$ 43.375. No entanto, é interessante reparar no pacote que a Hyundai escolheu: no afã de retratar os gostos do brasileiro quanto a carro, ela terminou criando conjuntos que seriam um sucesso absoluto até quatro ou cinco anos atrás. O pacote se baseia na versão Comfort Plus, e tem como destaques bancos de couro perfurado, detalhes internos cromados, rodas de liga leve aro 15”, banco traseiro bipartido, retrovisores elétricos com luzes de direção e volante com regulagem de altura e profundidade. Tudo isso se soma a sistema de áudio multimídia (com conectividade Bluetooth somente no sedã), e um discreto emblema da série nos paralamas dianteiros.
Parece interessante, não? Pois vamos ver até quando o seu sorriso resiste: ambos só virão com o motor 1.0 e com o câmbio manual. Começou a sentir o déjà vu de modelos como os Fiat Palio e Volkswagen Gol antigos? Ainda há mais: as opções de cor da novidade são restritas a branco Polar, prata Metal e preto Onix. Sedã e hatchback já se encontram à venda em toda a rede de concessionários da marca desde a última semana do mês passado, e mantêm todo o resto de suas configurações igual ao das versões Comfort Plus convencionais. Esta edição especial terá uma tiragem limitada a cinco mil unidades, e não poderá ser equipada com itens opcionais.