Ford New Fiesta 2014

Clique para ver em alta resoluçãoLançar uma novidade, grande ou pequena, requer adaptação tanto do novo modelo na linha da marca como da própria linha ao novato. Afinal, a intenção é definir cada espaço da forma mais clara possível para minimizar o canibalismo interno. A nova geração do Fiesta não teve problemas em chegar ao Brasil como premium, em 2010, porque a lacuna entre o Focus e o que virou Fiesta RoCam era grande. Como agora é o seu entorno que precisa mudar, ele aproveitou a chance para trazer muito mais que um desenho renovado.

Lançado em setembro daquele ano na versão sedã e só no seguinte como hatchback, o New Fiesta pôde compensar o maior custo de um projeto mais avançado ao competir no tal degrau superior, ao lado de nomes como Chevrolet Sonic, Citroën C3 e Fiat Punto. Mudanças só se fizeram necessárias agora porque Ka e RoCam já estão concluindo os ciclos de vida atuais. As especulações já esperam um novo Ka brasileiro diferente do europeu para 2014, com geração nova mas alcance novo, também: terá quatro portas e uma inédita versão sedã, virando um popular em todos os moldes para combater carros como o Uno. Se isso se confirmar, suas versões básicas ficarão na categoria de entrada, ao passo que as mais caras entrarão no “segundo degrau”, contra exemplos como Gol e Sandero. O problema é que se formaria a lacuna das versões mais caras desse subsegmento, porque já se tratam de clientes um pouco mais exigentes. Sendo assim, que solução seria melhor que atendê-los com versões mais baratas do New Fiesta, que já formou fama com o prestígio da categoria premium? Ou seja, serão duas linhas compactas da Ford para atender três segmentos, o do meio dividido entre uma e outra. O primeiro passo foi o pacote de qualidades que o modelo deste artigo acaba de ganhar.

Ford Fiesta 2014Capitaneado pela nova dianteira, o design do New Fiesta voltou à sintonia com os Ford do resto do mundo, repetindo a tendência Kinetic agora em uma interpretação mais elegante, com formas maiores e menos angulosas que transmitem uma esportividade mais imponente – você pode ler mais sobre as novidades exteriores clicando aqui. Mas a diferença maior está mesmo no interior do carro, que trocou a origem mexicana para sair de São Bernardo do Campo (SP). Não se pode negar que houve certa perda na cabine, que recebeu plástico rígido e apenas em cores escuras. Mas também é fato que esse foi o único ponto fraco da mudança. A novidade usa processos de produção mais modernos, e atinge o tão comentado público novo com a vinda de versões mais baratas. Partir de R$ 38.990 significa um Fiesta básico mais barato em R$ 6.380, mas com lista de itens perfeitamente capaz de encarar os novos rivais, que formam o tal segundo degrau. Esta nova fase também faz duas excelentes estreias sob o capô: o motor de entrada agora é o inédito 1.5 16v, cuja potência é de 107/111 cv (gasolina/álcool) – o torque máximo é de 14,9 kgfm. São números bem parecidos aos do 1.6 16v… antigo. A versão maior da família Sigma ganhou comando de válvulas variável e agora entrega 125/130 cv, com torque máximo de 16 kgfm. A aceleração de 0 a 100 km/h fica na média de 12s5 e 12s2, com a máxima em 180 km/h e 190 km/h para cada um.

Ambos também têm o sistema de partida a frio EasyStart, que dispensa o segundo tanque. Além do peso baixo, esses motores ganharam em eficiência com o Ecopack, uma série de pequenas melhorias de peças para otimizar o consumo de combustível. Segundo o Inmetro, o 1.5 faz as médias de 12,3/8,7 km/l entre cidade e estrada com cada combustível, e o 1.6 fica em 13,1/9,0 km/l. O motor 1.6 também ganhou a opção do câmbio Powershift, de dupla embreagem e seis marchas, que traz perda de desempenho imperceptível em troca de funcionamento sem igual em sua categoria. A versão de entrada S só usa o 1.5 e já traz de série airbag duplo, alarme, ar-condicionado, direção hidráulica, freios com ABS e EBD, som multimídia MyConnection com Bluetooth, e trio elétrico. A SE 1.5 adiciona rodas de liga leve aro 15” e farois de neblina, saindo por R$ 42.490. Esta também pode trazer o 1.6, que por R$ 45.490 volta a surpreender ao somar ar-condicionado digital, sistema de som Sync com comandos de voz em português e controles no volante e o pacote de segurança AdvanceTrac: controles de estabilidade e tração e auxílio para partida em rampas. A Titanium fecha a lista por R$ 51.490, agregando airbags laterais, de joelho e de cortina, piloto automático, retrovisor interno antiofuscante e sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento, apenas com o 1.6. O câmbio Powershift pode vir nas duas últimas por mais R$ 3.500.