Apresentado no último Salão de Paris, o facelift de meia-vida do cupê francês agora acaba de chegar ao Brasil. Ele nunca alcança vendagens massivas por ser um esportivo, mas seu potencial de “carro de imagem” vem sendo muito bem aproveitado nestes três anos porque este carro é muito difícil de resistir do começo ao fim – quanto mais se conhece sobre ele, mais interessante ele fica. Com tudo isso, não era de estranhar que sua atualização tenha conseguido com louvor a tão desejada façanha de melhorar o conceito original.
Olhando as imagens pode não parecer, mas este carro não conta com sofisticações em excesso. Sua plataforma, por exemplo, é a mesma PF2 sobre a qual se constroem os Peugeot 3008, 308, 408 e os primos Citroën C4, C4 Lounge e DS4. Isso começa a explicar a intenção principal do RCZ: ser uma variação esportiva dos modelos de cidade, em vez de um superesportivo diferenciado demais. Essa característica se tornou justamente a principal razão do sucesso deste carro porque lhe deixou mais barato do que o esperado – o suficiente para seduzir quem até então trocava os sedãs por hatchbacks por buscar esportividade. No entanto, as imagens também revelam que o RCZ não atrai somente pelo preço.
Seu design agrada pelo carisma que exibe, com linhas fortes e proporções muito bem trabalhadas que conseguem exibir esportividade primeiro pelo conjunto, deixando os detalhes apenas para os olhares seguintes. É por essa integração entre todos os elementos que executar uma mudança parcial se torna arriscado. O resultado conseguido manteve o modelo atraente porque não tentou mudá-lo, e sim adaptá-lo. Neste caso, adaptá-lo à tendência de estilo atual da Peugeot, que trocou os elementos grandes e chamativos por uma expressão mais refinada de seu caráter felino.
Tal decisão concentrou a maior parte das novidades na dianteira, mas este realmente não é um modelo que pedia ou precisava mudar demais. A cabine teve ainda menos alterações, de forma que mantém a clara inspiração nos elementos da família 308. Seu ganho maior foi a adoção da nova central multimídia, que inclui alto-falantes JBL e é comandada por uma tela retrátil de 7” – a atual família de médios do grupo PSA começou a ser criada no fim da década passada, uma época em que as telas sensíveis ao toque ainda não eram usadas em larga escala. Esta é a razão pela qual os modelos mencionados no parágrafo anterior optaram pela tela LCD comum, seja integrada ao console central ou posicionada acima dele, neste caso com rebatimento elétrico.
Outro aspecto que não passou por mudanças foi o trem-de-força: o RCZ mantém o motor 1.6 THP e seus 165 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, apesar de que um modelo desses combinaria ainda mais com a versão de 200 cv do mesmo motor, que é oferecida na Europa. Também foi mantida a transmissão automática sequencial de seis marchas, mas o conjunto renovado passou ao preço de R$ 132.990. Com pacote único de itens, o modelo tem três opções de cor externa.