Quando se fala em “limusine”, a primeira imagem que costuma vir à cabeça é de um sedã muito longo, em cores escuras e de desenho antiquado, cujo único foco é o conforto total de quem viaja no banco de trás. Já o segundo pensamento se relaciona com perceber que nos últimos anos essa variação de automóvel não só caiu em desuso, como o fez muito rápido. Mas se a partir daí você concluir que as limusines perderam seus fãs, você está muito enganado: elas nunca saíram de moda. A verdade é que evoluíram tanto que ficaram difíceis de reconhecer.
Claro que, se a intenção é apontar o Classe S como um exemplo de limusine moderna, muita gente pode rebater com o fato de que suas versões de topo não trazem nada que lhes diferencie nesse sentido. Pois a questão é que elas não o fazem de propósito porque isso é bom. A maioria dos donos de um veículo assim valoriza a discrição, de forma que sempre vão preferir evitar que ele chame a atenção com exagero em tamanho, cores ou quantidade de cromados. O Mercedes-Benz mais caro procura é que todas as suas versões converjam a exaltar a imagem do modelo original, revelando as particularidades de cada uma apenas a partir de uma segunda observação. Detalhes assim são o que denota o bom gosto com que um produto se faz.
Com isso, assim como em qualquer evento social mais restrito, os nós de gravata só se afrouxam uma vez que as apresentações foram feitas. Os entusiastas da marca não vão demorar a perceber os parachoques mais agressivos e as rodas de desenho esportivo, mas é entrando no carro que se começa a desfrutar de verdade: o ambiente vem revestido em couro Nappa e realça o carregamento de requinte típico de qualquer Classe S com toques certeiros da divisão esportiva. O logotipo da AMG está nos encostos dos bancos, no apoio de braço do console central, no volante de formato diferenciado, nas soleiras das portas e no quadro de instrumentos, que por sua vez é uma tela TFT de alta definição, na verdade. Com velocímetro que vai até 330 km/h e o logotipo “V8 Biturbo”.
Considerando que esta é uma das versões mais caras deste carro (US$ 321.900), enlistar seus equipamentos de série beiraria o interminável. Para ficar apenas nos destaques maiores, ele traz a central multimídia Comand Online, iluminação ambiente com sete opções de cor, sistema de som Burmester com 32 alto-falantes e um kit de sistemas eletrônicos de segurança que inclui o Night View Assist Plus, que alerta o motorista sobre o risco de pedestres ou animais à frente do veículo. A parte que a divisão AMG somou começa com as mudanças para redução de peso, como dianteira e teto feitos em alumínio, freios de alta performance em cerâmica, rodas de liga forjada e até um tipo mais leve de bateria… mas está longe de ser só isso.
Em carros assim a informação do peso costuma ser ignorada porque eles a têm como o menor dos problemas. A razão disso, no caso do S63 L AMG (a letra “L” representa a versão de entre-eixos alongado), é o 5.5 V8 biturbo e seus 585 cv e 91,8 kgfm. Seu nível de tecnologia embarcada passa por cárter todo em alumínio, injeção direta e quatro válvulas por cilindro, e inclui tração integral 4Matic e câmbio Speedshift MCT de sete marchas e dupla embreagem, tudo retrabalhado pela AMG. O último equipamento ainda oferece os modos de condução Manual, Sport e Controlled Efficiency. Tanto preparo se traduz em aceleração de 0 a 100 km/h em 4s e velocidade máxima limitada a 300 km/h. Tem como ficar com saudade das limusines de antigamente?