Foram reveladas mais imagens oficiais deste sedã, apesar de que seu lançamento ainda vai esperar até novembro, para começar com a Turquia. Ele ganha importância porque seu projeto já nasceu visando as necessidades dos mercados emergentes, e isso converge à informação de que ele tem chances muito altas de também desembarcar no Brasil. Mas enquanto não surge o artigo deste blog com sua foto à esquerda deste parágrafo, vale conhecer desde agora o que este sedã traz de tão interessante. Que não é pouco.
Os lançamentos mais recentes são uma clara mostra de que o mercado europeu não vê os sedãs pequenos e médios com a mesma adoração que os emergentes. Afinal, enquanto 206 (e o 207 brasileiro), 308, C4, Corsa, Clio, Mégane e Punto surgiram em Alemanha, França ou Itália como hatchback e no máximo com a station wagon, seus sedãs vieram de países como Irã, Turquia ou mesmo o Brasil. Mercados como o nosso dão boa aceitação aos três-volumes pela ótima vocação familiar que possuem, em especial quando derivados de hatches já existentes. Afinal, significam somar porta-malas maior àqueles modelos que já “prepararam o terreno” por já terem caído no gosto do público. Sem contar que seus índices de desvalorização e preços de peças e seguro são mais previsíveis do que os de um modelo de mesmo porte mas sem qualquer relação com os dois-volumes. Essa prática de derivar sedãs começou a ganhar força na década passada, mas basta ver uma foto das versões de 206 e Clio para entender que eles levaram um certo tempo até caprichar também na questão do design. Mas também não se pode jogar toda a culpa nos departamentos de estilo.
A questão é que esses carros até então sequer previam os sedãs no projeto inicial. Isso acarreta a necessidade de projetar toda a parte exclusiva partindo do zero, e como se isso não bastasse ainda existe a barreira dos custos, que só se resolve aproveitando o maior número de peças possível – aqueles dois exemplos citados por último ficaram com as laterais desproporcionais demais porque conservaram até as portas traseiras dos hatches, cujo desenho previa a traseira terminando bem antes que num sedã. Mas como era preciso continuar investindo nos sedãs, foi preciso fazer alguns esforços: agora os sedãs já se preveem desde o começo da maioria dos projetos para que se aproveitem as partes estruturais e da cabine, tornando possível maior esmero no desenho exterior. O 301 é um perfeito exemplo dessa nova situação dos sedãs, porque não só parte da plataforma do recém-lançado 208 como já incorpora a mais nova tendência entre os compactos: ele compete com preço de compacto mas com porte maior visando espaço interno enorme, que ele consegue com êxito. Ou seja, mira em carros como Chevrolet Cobalt, Fiat Grand Siena, Nissan Versa e o fundador desse movimento, Renault Logan.
As fotos já declaram como o 301 se encaixa bem na atual identidade de estilo dos Peugeot. Ele seguiu o caminho da sobriedade, com farois mais horizontais e grade arredondada que em conjunto lhe dão todo um ar imponente, sem exagerar. As laterais têm linha de cintura elevada mas sem excesso de vincos, e ele termina na traseira de mesma altura que o capô, com lanternas que não invadem o porta-malas mas têm desenho interno semelhante ao do 208. A impressão de elegância continua na cabine, cujos 2,65 metros de entre-eixos permitem esperar excelente espaço para cinco pessoas, com direito a porta-malas de 506 litros. Boa aposta também é no bom acabamento, que deve investir na qualidade porque vai atender alguns países europeus, mas também porque ultimamente isso vem se mantendo com maior frequência nos carros que chegam ao Brasil, assim como o pacote de equipamentos generoso. Sob a mesma base também se fará um modelo para a Citroën, mas este terá mais semelhanças com o 301 que com o C3, para permitir que eles disputem mercados bem diferentes um do outro.