Por mais que hatchback e sedã sejam incontestáveis campeãs de venda entre as categorias de carro oferecidas em nosso mercado, seus espectros de atuação não coincidem demais. São os primeiros que costumam receber versões esportivas e, por outro lado, formam a maior fatia do segmento de entrada, ao passo que os três-volumes são os responsáveis por agradar quem prioriza o requinte de um modo geral. São exatamente estas “regras” que dividem a linha brasileira que a Hyundai acaba de completar.
Analisar este carro não apresenta muitas surpresas por causa do contexto que tem. A família HB20 tem projeto atual, cada veículo tem um bom conjunto técnico e todos têm produção nacional, mas este caso particular só está tendo todo o sucesso que se vê nos registros mensais de vendas porque foi lançada no momento certo. Afinal, a revolução que se fez na linha mundial da Hyundai a partir do Sonata atual já passou do início instável há tempos, e hoje vive um período de estabilidade que a montadora vem aproveitando muito bem: assim como a Apple com os eletrônicos, quase qualquer produto lançado pelos coreanos termina muito bem aceito, nem que seja em maior parte pelo design. A nova geração do Santa Fe já indica que em breve essa linguagem de estilo vai precisar de retoques, mas até agora não é necessário fugir da “receita” consagrada para obter sucesso. Reconhecer o que se deve mudar e o que não é basicamente tudo o que traduz o sucesso dos HB20, mais do que as qualidades mencionadas no início deste parágrafo. Neste caso, a ideia começou com adaptar o estilo de i30 e Elantra a um formato menor, mas também aos costumes do brasileiro: optou-se por um projeto exclusivo em vez de aproveitar o i20 europeu, e desde os seus primeiros traços já se pensaram em uma variante aventureira urbana (o HB20X), um sedã e um crossover, que chegará mais tarde.
Isso é o que permite afirmar que o HB20S consegue ser um excelente produto sem revolucionar em nada. As imagens comprovam que a traseira deste sedã é um excelente símbolo de como a Hyundai conciliou a “Escultura fluida” a mais uma das preferências do nosso mercado: as referências aos irmãos maiores estão todas lá, mas adaptadas a elementos mais vistosos para não destoar do tamanho avantajado, que claramente foge da ideia de cupê-de-quatro-portas vista no novo Prisma para exibir um visual bem mais sóbrio. A cabine repete o ótimo padrão do compacto, com alta qualidade de materiais e iluminação azul, e os motores também serão o 1.0 12v de três cilindros e 80 cv e o 1.6 16v de 128 cv. A lista de versões começa com a Comfort Plus (1.0 por R$ 39.495 e 1.6 por R$ 44.995), que traz ar-condicionado, airbag duplo, conexão Bluetooth, direção hidráulica, sistema de som multimídia e travas e vidros elétricos. A Comfort Style (R$ 42.675 e R$ 48.175) completa o trio elétrico e soma freios com ABS e EBD e rodas de liga leve de 14”, ao passo que a Premium (R$ 50.795 apenas com o 1.6) agrega farois de máscara cromada, rodas de liga leve de 15”, sensores crepuscular e de estacionamento e volante em couro. As duas últimas podem unir o motor 1.6 ao câmbio automático, o que volta a reforçar que esta linha deixa a categoria de entrada para o hatchback: respectivamente, os preços passam para R$ 51.375 e R$ 53.995. Este modelo chega às lojas no dia 20 de abril.