Primeiro foram as francesas, com 206 Escapade, Sandero Stepway e C3 XTR. Agora são as japonesas que seguem as “Quatro Grandes” na nossa famosa tendência dos aventureiros urbanos. Na trilha de Nissan Livina X-Gear e Honda Fit Twist, a entrada da Toyota neste nicho de mercado é ao mesmo tempo sua mais nova tentativa de fazer a família Etios deslanchar entre nós. Como você está prestes a ler, a filial brasileira fez sua parte muito bem. Mas será que isso dá conta de toda a responsabilidade que possui?
Assim como o caso da Honda, pode-se dizer que este é o primeiro projeto da Toyota destinado exclusivamente ao Brasil. Tanto a receita como os efeitos de mercado esperados já se conhecem muito bem, de forma que esse segmento já virou um “caminho seguro” para as montadoras. O número maior de concorrentes faz com que cada vez seja mais difícil para um novato encontrar seu espaço, mas o fato de que ainda existam lançamentos para ele em um ritmo intenso mesmo após quase quinze anos (a pioneira Fiat Palio Adventure apareceu em 1999) indica que esse espaço ainda é muito atraente para as montadoras.
Passando ao caso do Etios, as imagens já antecipam que o investimento da Toyota foi um pouco mais longe que o de Honda e Nissan, mas surpreende mesmo é pelas alterações que provocou. Os modelos mais recentes desse nicho já refletem que a preferência do público é muito mais voltada às exclusividades de desenho que a preparos técnicos para tornar o carro realmente capaz de enfrentar trilhas fora-de-estrada leves. É por isso que o japonês projetado na Índia não teve nenhuma alteração mecânica para a versão Cross, nem mesmo suspensão elevada ou adoção de pneus de uso misto. Porém, suas mudanças de estilo se tornam interessantes porque buscam deixá-lo diferente do modelo de rua, em vez de apenas complementá-lo com acessórios.
Suas atenções começam a vir pela dianteira. O novo parachoque concentra os olhares na parte central: ele traz uma vistosa moldura na cor prata que alude a um quebra-mato sem chegar à saliência excessiva do acessório original. Seu formato de trapézio é interessante porque teve clara inspiração na nova família de compactos que a Toyota lançou em outros países, tais como Vios e Yaris. Para o Cross, ela fez a grade dianteira e os farois de neblina mudar de forma e tamanho e deu pequenas extensões reflexivas aos farois. Já as laterais usam rack de teto, retrovisores com luz de seta integrada, rodas de liga leve aro 15” exclusivas e apliques plásticos espessos ao ponto de trazer à memória os Fiat Adventure. Estes últimos se estendem à traseira com um aplique prateado e se unem às lanternas fumê e a um spoiler discreto.
Já o interior apresenta bem menos novidades. O revestimento dos bancos é exclusivo e traz o nome do modelo bordado, e o ajuste elétrico dos retrovisores aparece pela primeira vez no carro. De resto, ele traz o painel todo em preto que estreou com a linha 2014, incluindo os mostradores de iluminação azul com ponteiros vermelhos. A versão Cross tomou como base a topo-de-linha XLS, cujos equipamentos de série incluem ar-condicionado, airbag duplo, direção hidráulica, freios ABS e sistema de som com MP3, entre outros. Sempre com o motor 1.5 flexível de até 96 cv, a nova versão custa R$ 45.690.