Quem se interessa mundo automobilístico fora-de-estrada certamente já percebeu que picapes e SUVs têm ciclos de vida maiores que os de, por exemplo, hatchbacks e sedans. Como elas demandam investimentos elevados mas não têm vendas numerosas, cada geração dura no mínimo dez anos. A L200 Triton é uma das que se renovaram na década passada para aproveitar o ocaso de Chevrolet S10 e Ford Ranger. Mas como estas duas recuperaram o tempo perdido no ano passado, agora o cenário todo se inverte…
Picapes médias são uma categoria que apareceu “de repente” no Brasil, nos anos 1990. Nosso mercado ficou de repente muito receptivo a uma infinidade de marcas e modelos, o que as montadoras japonesas aproveitaram de início com modelos de custo mediano. Enquanto a Honda trouxe o Civic, Mitsubishi, Nissan e Toyota decidiram estrear com as picapes L200, D21 e Hilux. Por outro lado, as combatentes de Ford e Chevrolet vieram dos Estados Unidos. De todas essas, apenas a S10 já veio com produção nacional, mas a vantagem das americanas se deu por outros motivos: além da tradição de suas marcas no Brasil, elas estavam no auge das gerações da época. Já as orientais enfrentavam a meia-vida de projetos dos anos 1980.
Essa era a época em que as picapes médias evocavam a imagem de carroceria retilínea e cabine muito apertada e pouco ergonômica, decididamente restrita ao uso para trabalho. As americanas traziam a modernidade de design mais fluido e arredondado, mas ainda não era um avanço grande. Este último só veio a aparecer em 2005, com a mudança completa da Hilux. Pouco depois vieram Frontier e L200 Triton com fabricação nacional, e a categoria voltou a se agitar. As japonesas nunca chegaram a tomar a liderança, mas conseguiram “aparecer no mapa” pela primeira vez, passando a ser vistas no mesmo nível daquelas outras. Essa conquista, aliás, foi o que lhes motivou a estender as vendas no país com veículos mais acessíveis como Etios e March.
Como hoje em dia a situação está na nova inversão que se mencionou no começo, a L200 Triton é uma das que precisam complementar o produto original com novidades menores. Mais uma vez a dianteira trocou de farois de neblina, grade e parachoque, enquanto a lateral ganhou novas rodas de 16” e retrovisores com as luzes de seta em LEDs e rebatimento elétrico. A cabine, por sua vez, foi agraciada com bancos redesenhados e a lista de itens de série que inclui ar-condicionado digital, central multimídia com navegação GPS e touchscreen, controle de cruzeiro, direção hidráulica e volante com controles de som. E por último, a parte mecânica recebeu uma série de pequenas novidades.
Agora o câmbio automático das versões a diesel possui cinco marchas, e foi retrabalhado para fazer trocas mais suaves, reduzir o ruído interno e otimizar o consumo de combustível. Aliás, a autonomia da picape vai melhorar por este último mas também pelo tanque, que foi aumentado para 90 litros. O motor 3.2 turbodiesel passa a 180 cv e 38 kgfm, ao passo que o 2.4 16v chega a 142 cv e 22 kgfm e o 3.5 V6 a 205 cv e 33,5 kgfm, estes flexíveis. A L200 Triton parte de R$ 76.990 na versão HLS 2.4, R$ 91.990 na GLX 3.2, 99.990 na GLS 3.2, R$ 103.990 na HPE 3.5 automática, R$ 116.990 tanto na HPE 3.2 manual como na Savana 3.2 e R$ 126.990 na HPE 3.2 automática. Sua versão de trabalho GL só se oferece para vendas diretas.